Apesar de os humanos atuais serem o resultado de milhares
de anos de evolução, não pense você que nós somos o produto final do
desenvolvimento da nossa espécie. Embora não pareça, a verdade é que nossos
corpos e comportamentos ainda estão passando por transformações e se adaptando
ao ambiente onde vivemos.
Aliás, vários estudos apontaram que não só existem
evidências de que continuamos evoluindo como esse processo está acontecendo bem
depressa, especialmente desde o surgimento da agricultura. Pensando nisso,
Jessica Hullinger, do portal Mental_Floss, reuniu alguns sinais da nossa
contínua evolução, e você pode conferir quais são eles a seguir:
1 – Nosso cérebro está diminuindo
Como você sabe, nós, humanos, fomos desenvolvendo
cérebros maiores ao longo de nossa história evolutiva, e isso nos deu uma
incrível vantagem sobre outras espécies que vivem na Terra. Entretanto,
cérebros maiores também demandam uma enorme quantidade de energia para
funcionar, e existem evidências de que nos últimos 30 mil anos eles começaram a
“encolher”.
De acordo com Jessica, o volume médio do cérebro humano
diminuiu de 1,5 mil centímetros cúbicos para cerca de 1,35 mil cm3 — o que
seria equivalente a remover um pedaço do tamanho de uma bola de tênis dos seus
miolos —, e existem várias teorias sobre o motivo de os cérebros estarem
encolhendo.
Para alguns pesquisadores, eles estão ficando menores
simplesmente porque nós estamos ficando mais... burros. Segundo os defensores
desta teoria, ao longo da história, os cérebros diminuíram de tamanho conforme
as sociedades foram se tornando mais complexas e maiores, sugerindo que a
segurança que as sociedades modernas oferecem anula a necessidade de ter que
“usar a cabeça” para sobreviver.
Também existem pesquisadores que acreditam que cérebros
menores são evolutiva-mente vantajosos, já que eles nos tornariam menos
agressivos, permitindo que tivéssemos uma convivência mais pacífica. E ainda
existem os cientistas que não pensam que estamos ficando burros, mais sim que
os nossos cérebros estão ficando menores para se tornarem mais eficientes, pois
assim eles se reorganizariam de forma que pudessem trabalhar mais depressa.
2 – Estamos nos tornando mais resistentes
Segundo Jessica, pesquisadores identificaram 1,8 mil
genes que só se tornaram prevalentes nos humanos nos últimos 40 mil anos, e
muitos deles estão associados ao combate de doenças infecciosas. Assim, pessoas
que vivem em cidades desenvolveram mutações que as tornam mais resistentes
contra a tuberculose e a lepra, por exemplo, e existem dezenas de novas
variantes genéticas contra a malária se espalhando na África.
3 – Estamos nos tornando tolerantes à lactose
Nós, aqui do Mega Curioso, já falamos a respeito de como
os seres humanos começaram a desenvolver a tolerância à lactose — e você pode
conferir a matéria através deste link. Mas, basicamente, o gene que controlava
a habilidade dos nossos ancestrais de digerir alimentos derivados do leite se
tornava inativo assim que os bebês “desmamavam” de suas mães.
De acordo com Jessica, quando os nossos ancestrais
começaram a domesticar animais como vacas, ovelhas e cabras, o leite e seus
derivados se tornaram novas fontes de calorias e nutrientes. E os indivíduos
que traziam a mutação genética que permitia que eles pudessem consumir esses
alimentos sem morrer de dor de barriga começaram a transmitir a novidade aos
descentes.
O mais interessante é que essa característica genética
continua sendo transmitida, já que não são todos os seres humanos que podem
consumir lactose tranquilamente. Um estudo realizado em 2006 apontou que
populações que ocupavam o leste da África há 3 mil anos ainda estavam
desenvolvendo a tolerância, e atualmente a mutação que permite a digestão da
lactose está presente em 95% dos descentes dos povos que habitavam o norte da
Europa.
4 – Os dentes do siso estão desaparecendo
Os nossos ancestrais começaram a apresentar os dentes do
siso devido à sua dieta, baseada em alimentos como raízes, folhas, frutos
secos, carne crua e até um eventual ossinho. Acontece que rasgar e mastigar
esses itens — rústicos — provocava um grande desgaste nos dentes, portanto os
terceiros molares provavelmente surgiram para acomodar os hábitos alimentares
dos nossos antepassados.
Entretanto, com o passar do tempo, a nossa dieta passou a
ser baseada em alimentos mais fáceis de serem triturados, sem falar que hoje
nós contamos com a ajuda de utensílios que nos permitem cortar, fatiar, picar,
descascar etc. a nossa comida. Com isso, os nossos maxilares foram se tornando
menores — e os dentes do siso, além de perder sua utilidade, perderam espaço
nas nossas bocas, e é por isso que muita gente tem problemas quando eles
nascem.
Assim, segundo Jessica, hoje os sisos são considerados
uma “estrutura vestigial humana” — assim como o apêndice, o cóccix e os pelos
do corpo —, e a estimativa atual é que 35% da população mundial nasce sem esses
dentes, e a tendência é que eles desapareçam completamente.
5 – Os olhos azuis surgiram
Conforme explicamos em uma matéria aqui do Mega Curioso —
que você pode acessar através deste link —, originalmente, todos os humanos
tinham apenas olhos castanhos, até que alguém nasceu com uma mutação genética
que deu origem à cor azul. Esse indivíduo viveu entre 7 e 10 mil anos atrás em
algum lugar da região do Mar Negro, e ele foi o responsável por espalhar essa
característica para uma parcela da população.
A descoberta é notável, mas ninguém sabe explicar o motivo
de os olhos azuis terem persistido geneticamente entre nós. Segundo Jessica,
uma teoria é a de que essa característica tenha sido utilizada pelos nossos
ancestrais como uma espécie de teste de paternidade, já que pais com olhos
azuis concebem filhos de olhos azuis. Assim, é possível que nossos ancestrais
com olhos azuis procurassem parceiras com os olhos dessa cor para garantir que
elas fossem fieis.
Apesar de essa ideia ser altamente especulativa, um
estudo realizado por pesquisadores noruegueses apontou que pessoas de olhos
castanhos não parecem se sentir mais ou menos atraídas por indivíduos com cores
de olhos específicas. Por outro lado, homens de olhos azuis parecem expressar
preferência por mulheres que também têm olhos dessa cor — apoiando a teoria do
“teste de paternidade” evolutivo.
Fonte: http://www.megacurioso.com.br/evolucao/75238-5-sinais-de-que-os-seres-humanos-continuam-evoluindo.htm
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